Dória define a data da volta às aulas em SP : Dia 05 de outubro, porém…
O governo de São Paulo adiou a reabertura das escolas públicas e privadas no estado para o dia 7 de outubro. O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, no início da tarde desta sexta-feira (7).
“A data foi adiada para 7 de outubro por recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus para garantir uma margem de segurança ainda maior para as crianças, adolescentes, professores, gestores e profissionais da rede pública e privada de ensino e, obviamente, para os seus familiares”, disse Doria.
Entretanto, de acordo com o governador, as escolas públicas e privadas de regiões que estão na fase amarela do plano de flexibilização econômica há 28 dias, e desejarem, poderão antecipar a reabertura para reforço escolar e atividades opcionais a partir do dia 8 de setembro.
Resumo dos anúncios:
- Reabertura das escolas é adiada para o dia 7 de outubro.
- Escolas privadas e públicas de cidades que estiverem na fase amarela há 28 dias poderão abrir espaços para reforço e atividades opcionais a partir do dia 8 de setembro.
“A escolha de reabertura para atividades opcionais e reforço a partir de 8 de setembro é uma decisão que cada escola deve tomar através de um processo de consulta que envolve a comunidade escolar, pais, estudantes e educadores”, defendeu o governador.
Ainda de acordo com Doria, as instituições deverão respeitar o limite do número de alunos em sala de aula e os protocolos sanitários. “O retorno escolar é importante, não somente pelo aspecto educacional, mas também pela questão social e de segurança alimentar”, defendeu Doria.
Cronograma
Durante a coletiva, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, apresentou a atualização do plano de retorno às aulas. Ele defendeu o adiamento e disse que o estado está preparando as escolas para que possam receber os alunos em segurança na nova data programada.
Até o início de outubro, as instituições vão receber máscaras de tecido, face shields, termômetros a laser, totem de álcool em gel, sabonete líquido, copos descartáveis, álcool em gel e papel toalha.
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Material que será enviado às escolas pelo governo do estado — Foto: Reprodução/Governo de SP
Pela nova regra, as escolas que estiverem em regiões estabilizadas na fase amarela há 28 dias poderão reabrir no dia 8 de setembro para oferecer apoio para recuperação, reforço, tutoria e atividades esportivas.
“No âmbito do governo do estado, cada município vai poder ser mais restritivo conforme desejar, é a mesma regra das demais áreas que a educação também segue. Uma regra é que escolas estaduais não podem interferir em municipais e municipais nas estaduais. Por isso o decreto fala de recomendação aos municípios, STF fala que não pode ter intervenção em atividades diretas realizadas por outro ente federado. Eles não podem proibir as atividades estaduais mas a recomendação é que a gente trabalhe sempre em conjunto”, disse o secretário de Educação.
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Proposta de reabertura para reforço e atividades opcionais em regiões há 28 dias na fase amarela — Foto: Reprodução/Governo de SP
A reabertura deverá observar regras de distanciamento e capacidade, limitada a 35% para educação infantil e fundamental nos anos iniciais, e 20% para Ensino Médio e anos finais.
“A ideia é que priorize o atendimento aos alunos que mais precisam. A desigualdade social, tem aluno que não tem equipamento, outras dificuldades ou que tem os equipamentos, mas não se adapta a essa metodologia. A aula continua no centro de mídia. Quando a escola entender que determinadas atividades são importantes pela saúde mental, motivação dos alunos”, explicou o secretário.
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Regras para reabertura em cidades na fase amarela — Foto: Reprodução/Governo de SP
Histórico e classificação
No final de junho, quando divulgou a proposta de reabertura das escolas, o governo descartou a regionalização e anunciou plano unificado para todo o sistema de ensino. Porém, o retorno só seria possível se o estado estivesse na fase amarela do plano de flexibilização da economia há 28 dias.
Tal condição acabou sendo alterada em decreto pelo governo posteriormente, e a regra que passou a valer fraciona a meta. Nos primeiros 14 dias, 80% da população do estado deve estar na fase amarela e nos outros 14, 100%.
Embora o governo defenda que o estado tenha atingido valor superior ao estabelecido, com 86% da população na fase amarela, conforme apresentado nesta sexta na recalibragem da classificação das regiões, a gestão estadual decidiu seguir a recomendação do comitê de saúde e adiar o retorno para outubro.
Divergências
Desde o primeiro anúncio, a definição da data tem gerado debate. O setor privado, que chegou a cobrar antecipação da data, também diverge sobre o melhor momento para o retorno.
Na rede pública, escolas estaduais começaram a enviar às famílias um termo para que os pais se responsabilizem caso os filhos se contaminem com a Covid-19 após a retomada das aulas, com a justificativa de que “o vírus circula por todo o mundo e não somente na escola”.
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Professores da rede pública estadual de SP protestam contra retomada das aulas presenciais — Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Na semana passada, professores da rede estadual fizeram uma carreata na Zona Sul de São Paulo em protesto contra a volta às aulas.
Donos de creches e escolas infantis realizaram um ato a favor da retomada das aulas na rede particular de SP e do ABC Paulista.
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Ato de donos de escolas particulares na Ponte Estaiada, Zona Sul de São Paulo. — Foto: Acervo Pessoal
Nas últimas semanas, os prefeitos de quatro cidades do ABC Paulista decidiram que a volta às aulas presenciais na rede municipal só deve acontecer em 2021.
O prefeito Bruno Covas disse durante uma live no início da tarde desta sexta-feira (7), que a prefeitura não irá liberar a reabertura das escolas no próximo mês.